
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou, a nova atualização da Lista Suja, cadastro que reúne empregadores flagrados submetendo trabalhadores a condições análogas à escravidão.
A nova versão traz 159 novos nomes, sendo 101 pessoas físicas e 58 jurídicas, representando um aumento de 20% em relação à última atualização.
O que mudou na nova atualização da Lista Suja
De acordo com a Auditoria Fiscal do Trabalho, os casos incluídos nesta Lista Suja ocorreram entre 2020 e 2025, e resultaram no resgate de 1.530 trabalhadores. A maioria das ocorrências está concentrada em Minas Gerais (33), São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12).
Entre as atividades econômicas mais citadas estão a pecuária de corte (20 casos), serviços domésticos (15), cultivo de café (9) e construção civil (8). Aproximadamente 16% das inclusões correspondem a atividades urbanas, o que mostra que o problema não se restringe apenas ao campo.
A Lista Suja é publicada semestralmente, em abril e outubro, e tem como objetivo garantir transparência sobre as ações de combate ao trabalho escravo. Os dados são fruto da atuação conjunta de órgãos como a Auditoria Fiscal do Trabalho, Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho (MPT) e Defensoria Pública da União (DPU).
Como funciona o processo de inclusão na Lista Suja
A inclusão de um nome na Lista Suja só acontece após a conclusão de um processo administrativo, em que o empregador tem direito ao contraditório e à ampla defesa. Cada nome permanece na lista por dois anos e é removido após o cumprimento desse prazo. Nesta atualização, 184 empregadores foram excluídos por já terem completado o período determinado.
Criada em 2003 e regulamentada pela Portaria Interministerial nº 18/2024, a Lista Suja foi reconhecida como constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O Tribunal reforçou que o cadastro não é uma punição, mas sim uma medida de transparência ativa, prevista na Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).
30 anos de combate ao trabalho escravo
A divulgação da nova Lista Suja ocorre no mesmo ano em que o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) completa 30 anos de atuação. Desde 1995, o grupo já resgatou mais de 68 mil trabalhadores de condições análogas à escravidão e garantiu mais de R$ 156 milhões em verbas salariais e rescisórias.
Esses números reforçam a importância da fiscalização ativa e integrada, que envolve diferentes órgãos públicos e segue o Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo.

Denúncias e canais de apoio
Denúncias relacionadas a trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, lançado em 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O sistema é o único canal oficial para receber informações sobre situações de trabalho análogo à escravidão. O denunciante não precisa se identificar e pode incluir o máximo de detalhes possíveis sobre o caso, facilitando a apuração por parte dos auditores fiscais.
Por que a Lista Suja é importante para empresas
Além de ter impacto jurídico e reputacional, a Lista Suja é uma ferramenta essencial para empresas e profissionais de RH e DP que prezam por contratações éticas e seguras. Consultar o cadastro antes de firmar parcerias ou terceirizações ajuda a evitar riscos trabalhistas e proteger a imagem institucional.
A atualização reforça que responsabilidade social e conformidade legal são pilares fundamentais da gestão de pessoas moderna. Em um mercado cada vez mais atento às práticas de ESG (ambiental, social e governança), ignorar os riscos ligados à Lista Suja pode comprometer a credibilidade da organização.
A atualização da Lista Suja reforça a importância da atuação responsável e transparente no mundo do trabalho.
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