
A ampliação da tabela do Imposto de Renda, sancionada em 26/11, marcou uma das mudanças econômicas mais aguardadas para 2025. A nova faixa de isenção estabelece que trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil deixarão de pagar o tributo, enquanto quem recebe até R$ 7.350 contará com novos descontos progressivos.
A regra passa a valer já na declaração de 2026, o que reforça a necessidade de atenção de contribuintes e empresas às novas diretrizes. A medida deve trazer impacto direto sobre o orçamento de milhões de famílias brasileiras.
O que muda com a nova faixa de isenção em 2026
A nova faixa de isenção redefine a estrutura do Imposto de Renda ao ampliar o limite de isenção de R$ 3.036 para R$ 5 mil mensais, um dos reajustes mais significativos das últimas décadas.
Além disso, trabalhadores que recebem entre R$ 5 mil e R$ 7.350 entrarão em uma tabela específica, com alíquotas progressivas e dedução automática, impedindo que quem ganha pouco acima do limite tenha redução no valor líquido, um ponto técnico importante para garantir maior justiça tributária.
Segundo estimativas técnicas, a nova faixa de isenção deve isentar 10 milhões de brasileiros e reduzir o imposto de outros 5 milhões, totalizando 15 milhões de beneficiados. A mudança se soma aos ajustes feitos desde 2023 e contribui para ampliar a renda disponível principalmente entre as classes média e média-baixa.
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Impactos econômicos e sociais da nova faixa de isenção
A nova faixa de isenção também faz parte de um pacote mais amplo de ações voltadas a aumentar a progressividade do sistema tributário brasileiro. A atualização tende a estimular o consumo interno, já que a renda disponível aumenta consideravelmente para famílias que enfrentam pressões orçamentárias.
Para evitar perdas fiscais, a lei estabelece aumento da tributação sobre altas rendas anuais acima de R$ 600 mil. A cobrança é gradual, alcançando alíquota máxima de até 10%. A expectativa é de que cerca de 140 mil contribuintes com rendas elevadas sejam impactados por esse ajuste. Assim, a nova faixa de isenção não gera impacto negativo nas contas públicas, já que a arrecadação é compensada por esse novo mecanismo.
Essas mudanças reforçam também a simplificação do modelo atual, tornando a tabela mais coerente com a capacidade contributiva de cada grupo. Trabalhadores com menor poder aquisitivo passam a ter mais renda no bolso, enquanto contribuintes com rendimentos muito acima da média passam a contribuir de forma mais alinhada aos valores recebidos.

Nova faixa de isenção e seus efeitos sobre setores e empresas
Para empresas e departamentos de Recursos Humanos, a nova faixa de isenção exige atenção nos cálculos de folha de pagamento a partir de 2026. As organizações terão de atualizar suas parametrizações internas, garantindo aplicação correta das deduções automáticas e das novas alíquotas progressivas para salários entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Além disso, alguns tipos de rendimentos continuam fora da nova tributação, como ganhos de capital, doações, heranças, rendimentos recebidos acumuladamente, poupança e aplicações isentas, aposentadoria por moléstia grave e indenizações. Essa distinção reforça a necessidade de alinhamento entre equipes de DP, contabilidade e consultores tributários, já que a incidência das novas regras não é universal.
Limites também foram definidos para evitar que a soma dos impostos pagos pela empresa e pelo contribuinte ultrapasse percentuais estabelecidos para setores financeiros e não financeiros. Caso isso ocorra, haverá restituição na declaração anual.
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O que esperar para os próximos anos
A nova faixa de isenção integra um movimento maior de revisão da tabela do IR, iniciado para corrigir um período de mais de seis anos de defasagem. O resultado é um sistema mais moderno, progressivo e ajustado à realidade econômica do país.
Especialistas avaliam que o Brasil poderá alcançar seu melhor índice de Gini da história com essa ampliação da base de isenção e com o aumento de contribuição de rendas mais altas, o que indica avanço na redução das desigualdades.
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