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50,8% das mulheres sofrem sexismo em startups de tecnologia

50,8% das entrevistadas afirmam ter sofrido sexismo no ambiente de trabalho, um número que permanece praticamente inalterado nos últimos anos.

Apesar de avanços pontuais, a realidade das mulheres no setor de tecnologia e inovação ainda é marcada por obstáculos significativos. Segundo a quinta edição do relatório global Women In Tech, divulgado na última semana pelo Web Summit, questões como sexismo, desigualdade salarial, falta de financiamento e desafios para equilibrar carreira e família continuam a ser barreiras persistentes para mulheres que empreendem e trabalham em startups de tecnologia.

Desigualdade Persistente

Um dado alarmante do relatório é que 50,8% das entrevistadas afirmam ter sofrido sexismo no ambiente de trabalho, um número que permanece praticamente inalterado nos últimos anos.

Este dado reflete a permanência de um cenário cultural que dificulta a evolução para um ambiente mais inclusivo e equitativo. Além disso, 49,1% das mulheres relatam sentir-se pressionadas a escolher entre carreira e vida familiar, uma alta de 7% em relação ao ano anterior. Esse dilema evidencia a falta de políticas de apoio que promovam a integração da vida profissional com a pessoal, dificultando o avanço de mulheres para cargos de maior responsabilidade.

Barreira ao Financiamento

A questão do financiamento também se mostra um obstáculo expressivo para empreendedoras: 29,6% das entrevistadas apontam a falta de acesso a capital como uma das maiores barreiras para o desenvolvimento de suas startups. A dificuldade em acessar capital de risco reflete um cenário global em que mulheres continuam sub-representadas no recebimento de aportes financeiros para inovação.

Trabalho Dobrado para Ser Reconhecida

Segundo o relatório, mais de 75% das mulheres relatam a necessidade de trabalhar mais que seus colegas homens para serem reconhecidas. Esse dado expõe a exigência de esforço redobrado para obter valorização, um fardo que intensifica a disparidade de gênero no setor.

Liderança Feminina e Perspectivas de Equidade

Ainda que os desafios sejam marcantes, há indícios de mudança. A pesquisa revela que 76% das entrevistadas se sentem empoderadas para ocupar cargos de liderança, e 80% afirmam que há mulheres em cargos de gestão sênior em suas empresas, enquanto 68,2% relatam a presença de mulheres em posições de C-level. Esse crescimento sugere uma leve abertura para a inclusão feminina em posições de influência e tomada de decisão.

A influência da tecnologia também surge como um ponto de otimismo: 68% das participantes possuem uma visão positiva sobre o impacto da inteligência artificial na equidade de gênero, alinhando-se com uma pesquisa da PwC realizada em março de 2024. As expectativas são de que a IA possa fomentar políticas mais inclusivas e práticas justas no setor.

Participação Feminina nos Web Summits

A edição 2024 do Web Summit, marcada para novembro em Lisboa, terá 3 mil startups participantes, sendo um terço delas lideradas por mulheres. No Web Summit Rio, realizado no início do ano, mil startups compareceram, das quais 45% eram encabeçadas por mulheres. Esses números evidenciam uma crescente participação feminina no ecossistema de inovação, ainda que a passos lentos.

Mesmo com uma parcela expressiva de mulheres na liderança de startups e cargos sêniores, a sensação de que ainda falta apoio é evidente: 56% das entrevistadas destacaram que a indústria e os governos têm feito muito pouco para combater a desigualdade de gênero no setor. Esses dados reforçam que, embora as mulheres estejam cada vez mais presentes no empreendedorismo tech, o cenário geral permanece distante do ideal de equidade.

O relatório Women In Tech é um lembrete de que, para promover mudanças reais, são necessárias ações concretas em todos os níveis, desde políticas públicas até a cultura corporativa. A expectativa é que eventos como o Web Summit continuem a ser um palco de discussão e inovação para que o setor caminhe rumo à inclusão e ao reconhecimento equitativo de talentos.

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Anderson Santos

Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela UFRN e pós-graduação em Marketing Estratégico pela Universidade Potiguar. Atuo nas áreas de comunicação, endomarketing, marketing digital, produção de conteúdo, copywriting e redação focada em SEO.
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