Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Medida pode beneficiar 26,6 milhões de brasileiros e começa a valer em 2026.
Pessoa trabalhando com documentos, usando calculadora para calcular a isenção do imposto de renda, laptop e caneta em uma mesa de escritório, com foco em tarefas administrativas ou financeiras

A Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A proposta, que teve 493 votos favoráveis, representa uma das maiores mudanças recentes na tributação da renda dos brasileiros e pode beneficiar cerca de 26,6 milhões de contribuintes a partir de 2026.

Quem será beneficiado com a nova isenção do Imposto

Pela nova proposta, estarão livres da cobrança do Imposto de Renda todos os brasileiros com rendimento mensal de até R$ 5 mil, o que equivale a R$ 60 mil anuais. Para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350, haverá descontos progressivos, reduzindo gradualmente o valor devido ao Fisco.

Veja a nova tabela de descontos:

Faixa de rendimento mensalDesconto do IREconomia anual estimada
Até R$ 5.000Isenção totalR$ 4.356,89
Até R$ 5.50075%R$ 3.367,68
Até R$ 6.00050%R$ 2.378,47
Até R$ 6.50025%R$ 1.389,26
Até R$ 7.35010%R$ 978,62

Com a nova faixa de isenção do Imposto de Renda, um trabalhador que hoje ganha R$ 5 mil e paga cerca de R$ 335 por mês deixará de ter essa dedução, o que representa uma economia anual de R$ 4.467,55. Já uma professora com salário de R$ 4.867,77 terá uma economia de quase R$ 4 mil por ano, segundo cálculos da Receita Federal.

Impacto econômico e compensações

A ampliação da isenção do imposto terá um custo estimado de R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos em 2026. Para equilibrar as contas, o projeto prevê a criação de uma alíquota mínima de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil, o equivalente a R$ 50 mil mensais.

Essa cobrança adicional afetará cerca de 141 mil contribuintes de alta renda. O objetivo é garantir que o benefício concedido às faixas mais baixas de renda não comprometa a arrecadação do Estado.

Além disso, o texto aprovado prevê que estados e municípios não serão prejudicados pela redução de receita. Caso a arrecadação dos Fundos de Participação não compense integralmente as perdas, a União fará repasses automáticos a cada trimestre.

Outros pontos da proposta

A proposta também contempla ajustes técnicos e exclusões na tributação de lucros e dividendos, que passarão a seguir regras mais rígidas. No entanto, fundos soberanos, governos estrangeiros e entidades previdenciárias continuarão isentos, desde que haja reciprocidade de tratamento em seus países.

Os profissionais de cartórios também serão beneficiados, pois os repasses obrigatórios que apenas arrecadam e destinam a fundos públicos não serão mais considerados rendimento próprio, ou seja, estarão fora da base de cálculo do IR.

Mulher sorridente usando um laptop, promovendo o Calendário de RH e DP do QuarkRH para 2025.

Previsão de início e próximos passos

Caso o Senado aprove o texto sem alterações, a isenção começará a valer para os rendimentos obtidos a partir de janeiro de 2026, sendo refletida na declaração de 2027.

O projeto ainda precisa ser sancionado pelo presidente, mas representa um avanço significativo na política de redistribuição de renda e simplificação tributária no país. Segundo estimativas oficiais, 65% dos declarantes de Imposto de Renda estarão isentos com a nova regra.

O que muda na prática para o trabalhador

Na prática, a isenção do Imposto de Renda permitirá um aumento direto no poder de compra das famílias e deve aquecer o consumo interno. O governo calcula que mais de 5,5 milhões de contribuintes terão redução parcial na cobrança, além dos 26,6 milhões completamente isentos.

A ampliação da isenção do imposto representa uma mudança histórica para milhões de brasileiros. Com o novo modelo, a política tributária brasileira passa a ser mais progressiva, fazendo com que quem ganha menos pague menos e quem tem rendimentos mais altos contribua de forma proporcional.

O que o Departamento Pessoal deve observar

Para os profissionais de Departamento Pessoal, é essencial se preparar para as mudanças na isenção do Imposto de Renda. A atualização das tabelas de IR exigirá ajustes nos sistemas de folha de pagamento, conferência das retenções na fonte e adequação dos cálculos de benefícios e encargos trabalhistas. 

Além disso, será importante acompanhar a regulamentação oficial e as orientações da Receita Federal para evitar inconsistências nas declarações anuais e no envio de informações via eSocial. Antecipar essas adequações garantirá conformidade fiscal e transparência junto aos colaboradores.

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Eduarda Soares

Bacharelanda em Comunicação Social - Audiovisual na UFRN. Atuo nas áreas de Marketing Digital, Cinema e redação focada em SEO.
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