
No dia a dia do RH e do Departamento Pessoal, é comum surgirem dúvidas sobre os termos salário e remuneração.
Embora pareçam sinônimos, eles têm significados diferentes na legislação trabalhista e compreender isso é importante para evitar erros na folha de pagamento, cálculos incorretos de encargos e até passivos trabalhistas.
Neste artigo, você vai entender de forma clara qual é a diferença entre salário e remuneração, o que diz a CLT, quais são os tipos de remuneração e por que essa distinção é importante para o trabalho do RH e do DP.
Boa leitura!
1 – O que é salário segundo a CLT
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) define o salário como a contraprestação paga pelo empregador diretamente ao empregado em razão do trabalho realizado.
É o valor fixado no contrato e pago mensalmente, seja em dinheiro ou por meio de benefícios equivalentes, como moradia e alimentação.
Em outras palavras, o salário é a quantia combinada entre as partes como pagamento direto pelo serviço prestado. Ele é essencial para o vínculo empregatício, servindo como base para cálculo de férias, 13º salário, FGTS e INSS.
O artigo 457 da CLT determina que o salário compreende apenas o que é pago diretamente pelo empregador. Incentivos, comissões ou adicionais entram no conceito de remuneração, e não de salário puro.
2 – Diferença entre salário base e salário contratual
O salário base é o valor fixo estipulado no contrato de trabalho, sem adicionais, bônus ou benefícios. Já o salário contratual pode incluir outras verbas fixas pagas de forma recorrente, como adicionais de periculosidade, insalubridade ou noturno.
Entender essa diferença é fundamental para garantir que os cálculos da folha de pagamento sejam feitos corretamente e que não haja divergências entre o que consta na carteira de trabalho e o que é pago.
3 – O que é remuneração e o que a CLT fala sobre isso
A remuneração é um conceito mais amplo. De acordo com o mesmo artigo 457 da CLT, a remuneração é o conjunto do salário e de todas as vantagens, gratificações e comissões recebidas pelo colaborador.
Em resumo, tudo o que o trabalhador ganha de forma habitual, seja pago pelo empregador ou por terceiros (como gorjetas), faz parte da remuneração.
Ela inclui:
- Salário fixo ou base;
- Comissões;
- Gorjetas;
- Adicionais (periculosidade, insalubridade, noturno, entre outros);
- Gratificações e prêmios;
- Benefícios que representam vantagem financeira.

4 – Quais são os 3 tipos de remuneração
A remuneração pode ser classificada em três principais tipos:
- Remuneração direta: composta por valores pagos em dinheiro, como salário, comissões e adicionais.
- Remuneração indireta: inclui benefícios e vantagens, como plano de saúde, vale-alimentação, ajuda de custo e convênios.
- Remuneração variável: baseada no desempenho do colaborador ou da empresa, como bônus, PLR e gratificações por metas atingidas.
Exemplos práticos de remuneração dentro das empresas
Imagine um colaborador que recebe R$3.000 de salário base, mais R$300 de adicional de insalubridade e R$500 de comissão.
Nesse caso, o salário é de R$ 3.000, mas a remuneração total é de R$ 3.800.
5 – Diferença entre salário, vencimento e remuneração
Os termos salário e remuneração e vencimento também geram confusão. A diferença está no tipo de vínculo. Entenda:
- Salário: usado para trabalhadores da iniciativa privada, regidos pela CLT;
- Vencimento: usado no setor público, referente ao valor fixo que o servidor recebe pelo cargo que ocupa;
- Remuneração: é o total recebido, somando salário ou vencimento e as demais vantagens.
6 – Diferença entre salário e vencimento na prática
Enquanto um empregado de empresa privada tem seu salário calculado conforme contrato e jornada, um servidor público recebe vencimento baseado em tabela e plano de cargos.
Ambos podem ter remuneração variável (como gratificações e adicionais), mas o termo jurídico muda conforme o regime trabalhista.

7 – Por que o RH precisa entender esses conceitos
Saber diferenciar salário e remuneração evita erros na comunicação entre setores e garante que os registros de folha, eSocial e contracheques estejam corretos. Uma falha nesse ponto pode gerar inconsistências em declarações fiscais e trabalhistas.
8 – Diferença entre salário e renda
Embora relacionados, salário e renda também têm sentidos distintos. O salário é o valor bruto pago pelo empregador. Já a renda representa o quanto o colaborador realmente tem disponível, após descontos de INSS, IRRF e outros encargos.
O que é renda líquida e renda bruta?
- Renda bruta: o total da remuneração antes de descontos.
- Renda líquida: o valor final que o colaborador recebe na conta após todas as deduções.
Como calcular a renda a partir da remuneração
Para chegar à renda líquida, basta subtrair todos os descontos obrigatórios da remuneração bruta.
Esse cálculo é essencial para controle financeiro e também para comprovação de renda em empréstimos ou financiamentos.

9 – Tipos de remuneração nas empresas
Além dos tipos formais definidos pela CLT, o RH pode adotar diferentes modelos de remuneração para motivar e reter seus talentos.
Como funciona a remuneração variável
A remuneração variável é uma estratégia que vincula parte dos ganhos do colaborador ao seu desempenho individual ou ao resultado da empresa.
Pode incluir bônus, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) ou comissões.
Esse modelo é bastante usado em áreas comerciais e operacionais, pois estimula a produtividade e o alcance de metas.
Benefícios e desafios de cada modelo para o RH
Entenda vantagens e desvantagens de cada tipo de remuneração:
- Remuneração fixa: oferece previsibilidade, mas pode limitar o engajamento.
- Remuneração variável: motiva, mas exige métricas claras de desempenho.
- Remuneração mista: combina estabilidade e incentivo, sendo a preferida em empresas que buscam equilíbrio.
10 – Remuneração e salário no direito do trabalho
Do ponto de vista jurídico, a CLT faz distinção entre salário e remuneração.
O que a CLT considera parte da remuneração
- Salário fixo;
- Adicionais de periculosidade, insalubridade e noturno;
- Comissões e percentuais;
- Gorjetas recebidas habitualmente.
Agora veja o que não é considerado remuneração pela lei:
- Vale-transporte;
- Diárias de viagem que não excedam 50% do salário;
- Reembolso de despesas;
- Participação nos lucros e resultados (PLR), desde que paga conforme legislação específica.
Saber o que entra ou não no cálculo evita erros no recolhimento de encargos e garante conformidade com a legislação.

11 – A importância da remuneração para o engajamento e retenção de talentos
Mais do que uma obrigação legal, a remuneração tem papel estratégico na gestão de pessoas.
Ela influencia diretamente a motivação, o engajamento e a permanência dos colaboradores na empresa. Quando os profissionais percebem que a remuneração é justa e compatível com o mercado, há maior satisfação e produtividade.
Por isso, ter um plano de cargos e salários estruturado, aliado a políticas de reconhecimento e bônus, ajuda a construir uma relação de transparência entre empresa e colaborador.
Além disso, práticas como remuneração variável por desempenho e benefícios flexíveis são ferramentas bem eficientes para atrair e reter talentos, especialmente em um mercado cada vez mais competitivo como o que estamos vivendo hoje.
A sua empresa tem pensado nessa questão?
12 – O que significa a última remuneração informada na carteira digital
Nos últimos anos, com a modernização do eSocial e da Carteira de Trabalho Digital, o campo “última remuneração” passou a gerar dúvidas. Ele indica o último valor total recebido pelo colaborador, incluindo salário e demais verbas variáveis pagas naquele mês.
Quando esse valor é atualizado
A informação é atualizada sempre que o empregador envia um novo evento de pagamento ao eSocial. Se houver aumento, adicional ou pagamento de horas extras, o valor da última remuneração será ajustado.
Diferença entre última remuneração e salário atual
O salário atual é o valor fixo contratado. Já a última remuneração reflete o total realmente pago, considerando variações mensais. Por isso, ao consultar a carteira digital, é comum ver valores diferentes do salário base registrado no contrato.

13 – Como o RH/DP pode estruturar uma política de remuneração equilibrada?
O primeiro passo é definir critérios claros de progressão salarial, baseados em desempenho, tempo de casa e resultados.
Também é importante realizar pesquisas salariais para comparar os valores pagos com a média do setor, evitando defasagens.
Por fim, comunicar abertamente como os reajustes e bônus são aplicados gera confiança e transparência entre gestores e equipes.
Com isso, o RH atua de forma mais estratégica, fortalecendo o clima organizacional e reduzindo a rotatividade.
14 – Como automatizar o cálculo de salário e remuneração?
Automatizar o controle financeiro e trabalhista é um passo essencial para qualquer empresa que busca eficiência e segurança nas rotinas do RH e DP. Com ferramentas inteligentes, é possível unificar dados de folha, ponto e benefícios, eliminando retrabalho e reduzindo falhas.
Com o Quark RH, o cálculo de salário, remuneração e encargos é feito automaticamente pelo sistema, otimizando a rotina do RH/DP e acabando com o retrabalho e erros de pagamento.







