
Com pouco mais de um mês de operação, o Crédito do Trabalhador já representa um marco significativo no cenário financeiro brasileiro. A nova linha de empréstimo consignado, voltada para trabalhadores com carteira assinada, atingiu a marca de R$ 10,1 bilhões em contratos aprovados, beneficiando cerca de 1,8 milhão de pessoas em todo o país.
O programa, lançado oficialmente no dia 21 de março, permite que trabalhadores obtenham empréstimos com juros mais baixos, utilizando como garantia até 10% do saldo do FGTS. Além disso, oferece a possibilidade de trocar dívidas antigas por condições mais vantajosas, o que impulsionou o crescimento dos valores liberados. Somente nos 11 dias após o início da migração de dívidas (em 25 de abril), foram mais de R$ 2 bilhões em operações.
Crédito do Trabalhador se destaca pela troca de dívidas caras
Uma das principais funcionalidades que impulsionou a adesão ao Crédito do Trabalhador é a possibilidade de migração de dívidas anteriores – como empréstimos consignados antigos e CDCs – para essa nova linha com juros reduzidos. Isso permite que trabalhadores substituam créditos mais caros por opções mais acessíveis.
A partir do dia 16 de maio, o programa passará a contar com mais uma funcionalidade: a portabilidade. Com ela, será possível transferir o empréstimo de um banco para outro que ofereça taxas de juros mais baixas, promovendo maior concorrência entre as instituições e melhores condições para o trabalhador.
Essa estratégia de estímulo à portabilidade, inicialmente prevista para 6 de maio, foi adiada para garantir a homologação completa da funcionalidade nas plataformas digitais envolvidas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Dataprev e os bancos consignatários do programa.
Como funciona o Crédito do Trabalhador
O Crédito do Trabalhador é uma linha de crédito consignado voltada aos trabalhadores CLT, incluindo rurais, domésticos e MEIs. Por ser consignado, as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, o que reduz o risco para os bancos e, consequentemente, as taxas de juros cobradas.
O valor médio dos contratos firmados até o momento é de R$ 5.434,62, com prestação média de R$ 327,28 e prazo médio de 17 meses. Esses valores demonstram que o programa é acessível para a maioria dos trabalhadores formais, servindo como alternativa ao uso do cartão de crédito ou empréstimos com juros elevados.
O serviço está disponível através da Carteira de Trabalho Digital e pode ser contratado diretamente pelos aplicativos dos bancos participantes. Atualmente, 35 instituições financeiras operam ativamente o programa, embora mais de 70 já estejam habilitadas.
Principais estados e instituições envolvidas
Os estados com maior volume de crédito contratado até o momento são:
- São Paulo: R$ 2,6 bilhões
- Minas Gerais: R$ 853,3 milhões
- Rio de Janeiro: R$ 835,8 milhões
- Paraná: R$ 681,4 milhões
- Rio Grande do Sul: R$ 677,1 milhões
Entre os bancos participantes, o Banco do Brasil lidera com R$ 2,7 bilhões emprestados, principalmente para quitação de dívidas antigas com juros mais altos.
Essa liderança demonstra que os trabalhadores estão buscando ativamente maneiras de reestruturar suas finanças. A obrigatoriedade de que os juros oferecidos na migração de dívidas sejam menores que os anteriores torna o programa ainda mais vantajoso.

Crédito do Trabalhador: alternativa de crédito com impacto social
O sucesso do Crédito do Trabalhador mostra não apenas a demanda reprimida por crédito mais acessível, mas também o impacto positivo de políticas públicas bem estruturadas. A linha proporciona não só alívio financeiro imediato, mas também contribui para a educação financeira dos trabalhadores ao incentivá-los a trocar dívidas caras por condições mais justas.
Com a chegada da portabilidade, prevista para o dia 16 de maio, o programa deve ganhar ainda mais força, aumentando a competitividade entre os bancos e ampliando as opções para o consumidor.
Crédito consignado para CLT: papel do Departamento Pessoal
Com a liberação do crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada, o Departamento Pessoal (DP) deve identificar os contratos, aplicar os descontos na folha entre os dias 21 e 20 de cada mês, e enviar corretamente os dados ao eSocial.
Também é responsabilidade do DP gerar e pagar a guia do FGTS Digital até o dia 20 do mês seguinte, manter contato com empregados e bancos, e corrigir eventuais erros. O não cumprimento pode impedir o repasse ao banco e gerar penalidades.
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