Alerta: Até 2028, 25% dos candidatos a vagas terão perfis falsos

Até 2028, 25% dos candidatos a vagas terão perfis falsos, alerta Gartner. Saiba como proteger processos seletivos e evitar fraudes no recrutamento.
Homem trabalhando em computador no escritório à noite, com foco na tela, observando perfis falsos e ambiente profissional bem iluminado.

A fraude digital no recrutamento está ganhando novas dimensões. Segundo pesquisa da Gartner, até 2028, um em cada quatro candidatos a emprego em todo o mundo apresentará perfis falsos para participar de processos seletivos. 

A popularização de ferramentas como deepfakes e clonagem de voz, antes restritas ao entretenimento, agora está sendo usada para criar identidades inexistentes que conseguem enganar até as etapas mais rigorosas de seleção.

Perfis falsos: um risco crescente para o RH

Os dados mostram que 6% dos candidatos já admitiram ter participado de algum tipo de fraude em entrevistas, seja se passando por outra pessoa, seja permitindo que alguém se passasse por eles. Essa prática vai muito além de pequenas omissões no currículo: envolve manipulação tecnológica sofisticada que pode abrir portas para crimes corporativos, roubo de dados e prejuízos milionários.

Em paralelo, 39% dos candidatos usam inteligência artificial em seu próprio favor, de forma legítima, durante o processo seletivo. Os principais usos incluem:

  • 54% para gerar textos de currículo/CV;
  • 50% para cartas de apresentação;
  • 36% para amostras de escrita;
  • 29% para responder questões de testes.

O problema surge quando a tecnologia deixa de ser um recurso de produtividade e passa a ser uma ferramenta para criar perfis falsos que burlam as verificações tradicionais.

A desconfiança também cresce

A pesquisa revela que 52% dos candidatos acreditam que a IA já é usada para triagem de currículos, mas apenas 26% confiam que essa avaliação seja feita de forma justa. Isso indica que, enquanto as empresas se preocupam com perfis falsos, os candidatos se preocupam com a transparência e a equidade dos processos seletivos.

A consequência é uma queda no interesse pelas vagas: apenas 51% dos candidatos aceitaram a última oferta de emprego que receberam, contra 74% em 2023. O cenário é de desconfiança mútua e a fraude só piora a relação entre empregador e candidato.

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Como identificar perfis falsos na prática

O aumento dos perfis falsos exige que empresas e equipes de RH repensem seus métodos de seleção. O Gartner sugere uma estratégia de mitigação em três frentes:

  1. Definir padrões claros e comunicar expectativas
    • Criar políticas sobre o uso aceitável de IA.
    • Informar que há mecanismos para detectar fraudes e que elas terão consequências legais.

  2. Aprimorar a avaliação para detectar fraudes
    • Realizar entrevistas presenciais ou híbridas sempre que possível.
    • Implementar ferramentas anti-cola em testes online.
    • Treinar recrutadores para identificar sinais de evasão ou comportamento suspeito.

  3. Refinar métodos de verificação ao longo do processo
    • Realizar checagem de antecedentes e validação de identidade.
    • Usar alertas de anomalia nos sistemas de recrutamento.
    • Integrar ferramentas de detecção de deepfake e falsificação documental.

Em um cenário em que os perfis falsos se tornam cada vez mais sofisticados, a prevenção deixa de ser opcional e passa a ser estratégica. Combinar tecnologia, processos claros e treinamento da equipe é a chave para garantir contratações seguras e proteger a reputação da empresa.

Afinal, identificar cedo uma fraude pode evitar prejuízos financeiros, danos à imagem e riscos de segurança que vão muito além de uma simples contratação equivocada.

O que está em jogo

Mais do que contratar a pessoa errada, lidar com perfis falsos significa expor a empresa a riscos de segurança, vazamento de informações e danos à reputação. Em casos extremos, criminosos podem usar a vaga para se infiltrar e executar ações de ciberespionagem.

Para as equipes de RH, o desafio é encontrar o equilíbrio: proteger o processo seletivo sem criar barreiras excessivas que afastem bons candidatos. Isso envolve investir em tecnologia, mas também reforçar a dimensão humana na seleção, garantindo que o contato direto e a análise comportamental complementem as etapas digitais.

Compartilhe este conteúdo com seu time e fortaleça as defesas da sua empresa contra fraudes no recrutamento.

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Eduarda Soares

Bacharelanda em Comunicação Social - Audiovisual na UFRN. Atuo nas áreas de Marketing Digital, Cinema e redação focada em SEO.
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