
Uma nova pesquisa da Gartner revelou um cenário preocupante: menos da metade dos funcionários, apenas 45% alcançam as metas de mudança organizacional (mudanças estruturais, tecnológicas, culturais, estratégicas, políticas internas, etc.) definidas por suas empresas.
O levantamento, apresentado durante o Gartner HR Symposium/Xpo 2025, em Londres, mostra que a resistência à transformação continua sendo um dos maiores desafios para líderes de Recursos Humanos e gestão de pessoas.
Mudança organizacional ainda gera estresse e hesitação
Segundo o estudo, realizado em abril de 2025 com quase 1.000 líderes de média e alta gestão, 36% afirmaram que suas equipes preferem esperar para ver se as mudanças realmente serão mantidas antes de adotá-las. Além disso, 39% dos entrevistados apontaram que a mudança organizacional é uma das principais fontes de estresse dentro das equipes.
O dado indica que, mesmo com investimentos em transformação digital, inovação e novos modelos de trabalho, as empresas ainda enfrentam resistência interna quando o assunto é mudança. Um dos motivos, segundo os especialistas da Gartner, é o excesso de direcionamento “de cima para baixo”, líderes comunicam novas diretrizes sem dar tempo ou espaço para os colaboradores assimilarem o impacto das decisões.
Quando a mudança organizacional é imposta sem envolvimento gradual, os colaboradores tendem a reagir com insegurança, medo de perda de controle e queda no engajamento. Para reverter esse cenário, o RH precisa atuar como mediador, criando canais de comunicação transparentes, estimulando a escuta ativa e promovendo treinamentos que ajudem as equipes a desenvolver confiança e autonomia durante o processo de transição.
Reflexos que fortalecem a mudança organizacional
A pesquisa também revelou um dado otimista: quando os colaboradores aplicam um reflexo de mudança adequado à sua realidade, são 3,5 vezes mais propensos a adotar transformações de maneira saudável. Além disso, o bem-estar mental é 2,2 vezes melhor entre os funcionários que conseguem lidar com a mudança organizacional de forma equilibrada.
A Gartner identificou seis reflexos principais que impulsionam a adaptação saudável:
- Abertura a novas experiências
- Gestão eficaz do tempo
- Compreensão do contexto do negócio
- Uso estratégico da tecnologia
- Trabalho colaborativo
- Regulação emocional
Esses reflexos, quando treinados com frequência, tornam-se automáticos, um verdadeiro “sistema nervoso organizacional” que permite reagir de forma intuitiva e produtiva às transformações.

Como o RH pode treinar os reflexos de mudança
Para o RH, o desafio é desenvolver esses reflexos de maneira contínua, e não apenas em grandes programas de capacitação. A recomendação da Gartner é que as empresas criem micro-momentos de prática, pequenas situações diárias que simulam cenários de mudança organizacional real.
Essas atividades permitem que os colaboradores aprendam com a experiência, testem novas abordagens e desenvolvam confiança diante do inesperado. Assim, a mudança deixa de ser um evento e passa a fazer parte da rotina, com menor resistência e mais estabilidade emocional.
O estudo também reforça que o papel da liderança é crucial. Cabe aos gestores identificar quais reflexos são mais importantes para o tipo de transformação que a empresa enfrenta, seja digital, estrutural e/ou cultural e oferecer oportunidades concretas para que os times os exercitem no dia a dia.
Mudança organizacional saudável é o novo diferencial competitivo
A mensagem central da Gartner é clara: a mudança organizacional não é mais uma exceção, mas uma constante. Empresas que tratam o tema apenas como um projeto temporário tendem a sofrer mais com o desgaste emocional e com a queda de produtividade.
Por outro lado, as que conseguem incorporar o aprendizado contínuo e desenvolver os reflexos certos entre suas equipes conquistam vantagem competitiva e transformam a incerteza em rotina operacional.
Em um cenário corporativo cada vez mais dinâmico, adaptar-se de forma saudável se tornou um indicador de maturidade organizacional. A mudança organizacional, quando bem conduzida, não é um obstáculo, mas o motor do crescimento.
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