Mulheres recebem 21% menos que homens no Brasil, aponta relatório

Mulheres recebem 21% menos que homens em empresas com 100 ou mais funcionários, segundo relatório do Ministério do Trabalho e Emprego. Entenda os dados e os desafios da igualdade salarial.
Mulheres de diferentes idades trabalhando juntas em uma reunião, analisando documentos e discutindo estratégias de negócios ou projetos. Mulheres recebem menos salário em comparação aos homens.

A desigualdade salarial entre homens e mulheres continua significativa no Brasil. De acordo com o 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as mulheres recebem, em média, 21,2% menos que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. 

O estudo avaliou mais de 54 mil empresas e 19,4 milhões de vínculos trabalhistas, revelando que, embora a presença feminina esteja em crescimento, a igualdade salarial ainda avança lentamente.

Crescimento na participação feminina, mas disparidade persiste

Entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025, a participação feminina no mercado de trabalho subiu de 40% para 41,1%, o que representa 8 milhões de mulheres empregadas. Apesar do avanço, se as mulheres ganhassem o mesmo que os homens, seriam adicionados R$ 92,7 bilhões à economia brasileira.

A remuneração média que as mulheres recebem é de R$ 3.908,76, enquanto os homens recebem R$ 4.958,43. Essa diferença mostra que, mesmo com a presença cada vez maior das mulheres em cargos de liderança e áreas estratégicas, ainda há um longo caminho até a equiparação salarial.

Os motivos mais apontados pelas empresas para a diferença de rendimentos incluem tempo de experiência (78,7%), metas de produção (64,9%) e planos de cargos e salários (56,4%). No entanto, especialistas apontam que esses fatores não explicam totalmente a defasagem e que mulheres recebem menos, mesmo quando exercem funções equivalentes.

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Mulheres negras são as mais afetadas

A desigualdade é ainda mais acentuada quando se observa o recorte racial. As mulheres recebem salários significativamente menores que os homens não negros. No momento da admissão, a diferença chega a 33,5%, R$ 1.836 para mulheres negras contra R$ 2.764 para homens não negros. No rendimento médio geral, o abismo é ainda maior: 53,3%.

Enquanto mulheres negras recebem cerca de R$ 2.986,50, os homens não negros alcançam R$ 6.391,94. Mesmo com um aumento de 21,1% no número de empresas que contratam pelo menos 10% de mulheres negras, a desigualdade permanece como um dos maiores desafios estruturais do mercado de trabalho.

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Onde as mulheres recebem menos no Brasil

As regiões Sul e Sudeste concentram as maiores discrepâncias salariais. Mulheres recebem 28,5% menos que os homens no Paraná e no Rio de Janeiro, os estados com maior diferença. Santa Catarina, Mato Grosso e Espírito Santo aparecem logo em seguida, com médias em torno de 27%.

Já no Nordeste e no Norte, o cenário é um pouco mais equilibrado. No Piauí, mulheres recebem apenas 7,2% menos; no Amapá, Acre e Distrito Federal, as diferenças ficam próximas de 9%. Esses índices, embora mais baixos, ainda demonstram que a paridade salarial não é uma realidade em nenhuma região do país.

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Fiscalização e Lei de Transparência Salarial

A Lei nº 14.611, sancionada em julho de 2023, determina que empresas com 100 ou mais empregados devem garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres e publicar relatórios periódicos com informações sobre remuneração.

Em 2025, o Ministério do Trabalho e Emprego intensificou a fiscalização: foram 787 ações realizadas e 154 autos de infração emitidos. Das 54.041 empresas obrigadas, 71% publicaram seus relatórios de igualdade salarial em outubro, e cerca de 31 mil disponibilizaram os documentos em seus sites.

Essas medidas visam dar transparência aos dados e incentivar as empresas a adotar práticas mais justas de remuneração. Ainda assim, os resultados do relatório mostram que mulheres recebem menos, mesmo em ambientes corporativos que já possuem políticas de diversidade e inclusão.

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Ações de diversidade e apoio à parentalidade

Entre as empresas que responderam ao levantamento, 38,9% possuem políticas de promoção de mulheres, 29,6% incentivam contratações femininas e 23,1% têm foco em mulheres negras. Também se destacam medidas de apoio à parentalidade: 21,9% oferecem auxílio-creche, 20,9% adotam licença parental estendida e 44% flexibilizam a jornada de trabalho.

Essas iniciativas indicam um esforço crescente para reduzir desigualdades estruturais e permitir que mais mulheres recebam oportunidades compatíveis com suas qualificações.

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Caminhos para a igualdade de gênero

Os dados do relatório confirmam que, embora a presença feminina no mercado de trabalho esteja crescendo, mulheres recebem menos que os homens em praticamente todos os níveis hierárquicos e regiões do país. 

A transparência salarial e as políticas de equidade são passos essenciais para corrigir esse desequilíbrio histórico.

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Eduarda Soares

Bacharelanda em Comunicação Social - Audiovisual na UFRN. Atuo nas áreas de Marketing Digital, Cinema e redação focada em SEO.
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