A ausência de feedback de qualidade é um dos principais fatores que levam profissionais de alto desempenho a deixarem suas empresas. Não se trata apenas de dar retornos positivos ou negativos, mas sim de oferecer avaliações relevantes, específicas e acionáveis, que realmente contribuam para o desenvolvimento do colaborador. Estudos mostram que profissionais que recebem feedbacks vagos ou genéricos, mesmo que repletos de elogios, têm 63% mais chances de pedir demissão no período de um ano. Além disso, 30% dos profissionais de alto desempenho saem da empresa já no primeiro ano, evidenciando a importância de um retorno assertivo.
Outro ponto levantado por pesquisas é a desigualdade de gênero no recebimento de feedbacks. Mulheres, em especial, são mais propensas a receber comentários focados em traços de personalidade, como serem “colaborativas” ou “prestativas”, ao invés de orientações claras sobre como podem se desenvolver para alcançar promoções. Para mulheres negras e pardas, esse cenário é ainda mais preocupante, com uma prevalência significativa de feedbacks de baixa qualidade. Essas avaliações, ao invés de impulsionarem o crescimento, reforçam estereótipos e limitam o progresso dentro das organizações.
Harry Kraemer, professor de Estratégia na Kellogg School of Management, destaca que o feedback é uma “responsabilidade moral”. Para ele, todo profissional tem o direito de saber como está seu desempenho e o que pode melhorar para evoluir na carreira. Ele sugere que líderes foquem em um conceito chamado “feedforward“, que não apenas revisa o passado, mas prepara os colaboradores para o futuro, permitindo que trabalhem de maneira proativa em seu desenvolvimento. Esse tipo de retorno honesto, contínuo e transparente não só retém talentos, como também os ajuda a atingir seu máximo potencial dentro ou fora da empresa.
Fonte: Textio