
A ideia de uma carreira para a vida toda está ficando para trás. De acordo com uma pesquisa recente da DataCamp, 51% dos brasileiros consideram fazer uma transição de carreira no futuro, enquanto 56% acreditam que esse tipo de movimento será cada vez mais comum entre as atuais e novas gerações. Para os profissionais de Recursos Humanos e Desenvolvimento Humano, esse dado é um forte indicativo da transformação no comportamento do trabalhador e da necessidade de adaptação nas estratégias de atração, retenção e desenvolvimento de talentos.
A pesquisa também mostra que a transição de carreira é vista de forma positiva pela maioria dos entrevistados — ainda que parte deles tenha receio de arriscar ou perceba o mercado como desfavorável no momento. Apenas 6% afirmaram não considerar essa possibilidade para si.
Por que mudar de carreira?
Entre os motivos mais comuns para buscar uma nova trajetória profissional estão a insatisfação com a área atual, a falta de perspectiva de crescimento e a remuneração abaixo das expectativas. E quando o assunto é escolher um novo caminho, a tecnologia lidera com ampla vantagem: 76% dos entrevistados apontam esse setor como o mais promissor, com destaque para profissões como programação, desenvolvimento de software e cibersegurança.
Na sequência, aparecem áreas como:
- Inteligência Artificial e Machine Learning (72%)
- Comunicação e Marketing Digital (47%)
- Finanças, Contabilidade e Administração (30%)
- Vendas e Gestão Comercial (23%)
- Sustentabilidade, ESG e Energias Renováveis (22%)
- Design Gráfico e de Produto (22%)
Soft skills em alta: o diferencial competitivo
Mais do que mudar de área, os profissionais também estão atentos às habilidades comportamentais, que vêm ganhando cada vez mais espaço nos processos seletivos e planos de desenvolvimento. A pesquisa aponta que inteligência emocional é a soft skill mais valorizada, mencionada por 67% dos entrevistados. Outras competências em destaque incluem:
- Comunicação interpessoal (65%)
- Capacidade de aprender (63%)
- Trabalho em equipe (60%)
- Resolução de problemas (58%)
Essas habilidades são fundamentais para a adaptação em novos contextos e equipes, tornando-se aliadas tanto para quem está em processo de transição quanto para os gestores responsáveis por acolher e integrar esses talentos.
O papel do RH nas novas jornadas profissionais
A crescente intenção de mudar de carreira exige das empresas — e principalmente das equipes de RH — uma atuação mais estratégica. Investir em programas de capacitação contínua, reskilling e upskilling é essencial para acompanhar essa movimentação do mercado e reter talentos que desejam crescer, mesmo que em novas áreas.
Além disso, criar uma cultura organizacional que valorize a flexibilidade, o desenvolvimento individual e a inovação ajuda a manter profissionais motivados e engajados, reduzindo os impactos da rotatividade e fortalecendo a marca empregadora.
A transição de carreira deixou de ser exceção para se tornar uma tendência. E as empresas que compreenderem esse movimento como uma oportunidade, e não como uma ameaça, estarão um passo à frente na construção de equipes mais alinhadas, adaptáveis e preparadas para o futuro.
Fonte: DataCamp