
A crise de engajamento no trabalho atingiu um novo patamar global, e os principais afetados são os gestores e os jovens da Geração Z. Dados recentes revelam que apenas 21% dos trabalhadores no mundo estão engajados, o menor índice desde 2020, auge da pandemia. No Brasil, a situação é menos crítica, com 54% relatando progresso no trabalho, mas a insatisfação dos profissionais mais jovens exige atenção urgente das empresas.
Queda global e impacto entre líderes
De acordo com o relatório State of the Global Workplace 2025, da consultoria Gallup, o engajamento no trabalho global caiu dois pontos em relação ao ano anterior, representando perdas de até US$ 438 bilhões em produtividade. Entre os gestores, a queda foi de 30% para 27%, sendo as mulheres líderes as mais impactadas, com recuo de 7 pontos percentuais.
Como 70% do engajamento de um time depende diretamente do gestor, os baixos índices de satisfação entre os líderes acabam refletindo nas equipes. Além disso, o bem-estar dos gestores também despencou: apenas 33% dos trabalhadores dizem estar prosperando, com queda mais acentuada entre gestores com mais de 35 anos e, novamente, entre mulheres.
Geração Z lidera a insatisfação no trabalho
No Brasil, a insatisfação dos jovens profissionais chama atenção. Um levantamento realizado pelo CRA-SP revelou que apenas 22,2% dos trabalhadores da Geração Z (entre 20 e 30 anos) estão satisfeitos com seus empregos. Entre os principais motivos estão:
- Baixos salários e benefícios insuficientes (59,3%)
- Falta de reconhecimento e crescimento profissional (48,1%)
- Gestão inadequada (44,4%)
- Ambientes tóxicos (14,8%)
Além disso, 80,6% desses jovens procuraram uma nova vaga no último ano e 75% pretendem buscar outra oportunidade em 2025. No entanto, o otimismo é baixo: apenas 11,1% se dizem confiantes em conseguir um novo trabalho.
Conflito geracional e o papel do “salário emocional”
Outra pesquisa, divulgada pelo portal EM FOCO, reforça que a comunicação ineficiente entre líderes e a Geração Z é um dos maiores desafios atuais do mercado. Enquanto gestores tradicionais valorizam bonificações financeiras, os jovens querem autenticidade, respeito e benefícios que considerem o bem-estar emocional.
É nesse contexto que o chamado “salário emocional” ganha força para o engajamento no trabalho. Benefícios como day-off, dress code livre e programas de saúde mental têm sido decisivos para atrair e manter jovens talentos. Programas focados em bem-estar e desenvolvimento pessoal lideram a preferência entre esses profissionais.
Brasil mostra avanço, mas não está imune à crise
Apesar do cenário global preocupante, o Brasil foi um dos poucos países que apresentou melhora. O número de brasileiros que dizem estar progredindo no trabalho subiu de 50% para 54% em 2024. O país também tem um dos menores índices de profissionais que dizem estar “sofrendo” (apenas 2%, contra 9% da média global).
Outros dados que reforçam a confiança no mercado:
- 58% dos brasileiros acreditam que é um bom momento para buscar emprego
- Entre os jovens com menos de 35 anos, esse índice sobe para 61%
- Entre os gestores, chega a 59%
Ainda assim, o estresse e a solidão continuam afetando o ambiente de trabalho. Entre os brasileiros, 43% relatam estresse diário e 17% se sentem solitários, números próximos da média global, desencorajando o engajamento no trabalho.
O futuro do trabalho depende da liderança
Para reverter o cenário de desengajamento no trabalho e retenção precária, especialistas defendem uma nova abordagem na formação de líderes. Segundo a Gallup, empresas com gestores bem treinados e emocionalmente preparados apresentam desempenho superior em produtividade, retenção e satisfação.
As principais recomendações incluem:
- Treinamento básico de função para gestores
- Capacitação em coaching e gestão de pessoas
- Apoio contínuo ao bem-estar físico e emocional dos líderes
Se toda a força de trabalho global estivesse engajada, a economia mundial poderia crescer até US$ 9,6 trilhões, segundo a projeção da Gallup.
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