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Reforma Trabalhista: o que mudou, o que ainda vale e o que esperar da CLT em 2026

Descubra o que foi a Reforma Trabalhista, o que mudou com a Lei 13.467, o que ainda vale, o que mudou após 2017 e o que pode mudar na CLT em 2025.
Reunião de equipe discutindo a Reforma Trabalhista para otimização de direitos trabalhistas e modernização das leis no Brasil.

A Reforma Trabalhista ainda é um dos temas mais buscados pelas equipes de RH e Departamento Pessoal

Mesmo anos depois da Lei 13.467 entrar em vigor, muitas rotinas continuam gerando dúvidas: o que realmente mudou na CLT, o que ainda vale, o que foi revogado, o que deve mudar em 2026 e quais impactos essas atualizações têm no controle de jornada, folha, férias e eSocial.

E faz sentido. A cada ano surgem novas interpretações jurídicas, novas decisões do STF, novas portarias e propostas de atualização da legislação trabalhista

Isso coloca RH e DP em uma posição delicada: manter conformidade, fazer cálculos corretos, evitar passivos e seguir o que a lei diz hoje, sem perder de vista o que pode mudar amanhã.

Neste artigo, você vai entender de forma simples cada um desses pontos da Reforma Trabalhista. Boa leitura!

1 – O que foi a Reforma Trabalhista?

A Reforma Trabalhista foi um conjunto de mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamentado pela Lei 13.467/2017, que alterou mais de 100 pontos da legislação. 

O objetivo era modernizar regras consideradas antigas e aproximar a lei das novas realidades de trabalho, como flexibilização, negociação direta e modelos mais dinâmicos de contratação.

As principais mudanças envolveram:

  • Jornada de trabalho;
  • Férias;
  • Banco de horas;
  • Trabalho intermitente;
  • Home office (teletrabalho);
  • Contribuição sindical;
  • Contratos temporários e parciais;
  • Regras de rescisão;
  • Processos trabalhistas.

Essas alterações impactaram diretamente as rotinas do RH e do DP, especialmente nas áreas de cálculo, registro, ponto e folha.

2 – O que mudou após a Reforma Trabalhista de 2017?

Essa é uma grande dúvida sobre a Reforma Trabalhista, especialmente porque decisões posteriores ajustaram a interpretação da lei. Depois de 2017, ocorreram:

1. Atualizações via STF e TST

Alguns pontos foram reafirmados, outros ajustados. Por exemplo:

  • Validade do trabalho intermitente;
  • Regras para gestantes em ambientes insalubres;
  • Aplicação de honorários sucumbenciais.

2. Portarias e instruções normativas do governo

Várias normas complementares do eSocial trouxeram orientações específicas:

  • Registro de jornada;
  • Envio de férias;
  • Eventos de desligamento;
  • Cálculos de adicionais;
  • Documentação digital.

3. Mudanças na percepção das empresas

O home office ganhou força após 2020, exigindo novos acordos, políticas internas e adaptações na gestão de jornada.

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3 – O que pode mudar na CLT em 2026?

Embora nenhuma reforma estrutural esteja oficialmente aprovada até o momento, diversos movimentos do governo, do Congresso e do próprio STF indicam que 2026 será um ano de ajustes importantes no mercado de trabalho.

Entre os temas mais discutidos para 2026 estão:

Atualização do teletrabalho

Há discussões avançadas sobre:

  • Regras mais claras sobre controle de jornada;
  • Obrigações sobre ergonomia e saúde mental;
  • padrões de reembolso e equipamentos;
  • Diretrizes para modelos híbridos.

Hoje existe base legal, mas pontos sensíveis ainda dependem de regulamentação mais detalhada.

Revisão do trabalho intermitente

Depois de anos de debate sobre:

  • fraudes;
  • contratos ociosos;
  • remuneração mínima mensal;
  • garantias previdenciárias;

O governo estuda criar amarras mais rígidas ou alterar o modelo.

Regras para trabalho por aplicativos

Uma das pautas mais fortes para 2026. Alguns pontos ampliados no debate:

  • vínculo ou não vínculo;
  • cobertura previdenciária;
  • remuneração mínima por hora;
  • adicionais de risco;
  • mecanismos de transparência das plataformas.

Esse é um dos temas que mais impacta empresas e setores que trabalham com prestadores externos.

Aprimoramentos na jornada e no ponto por exceção

O ponto por exceção ganhou força após 2020, mas ainda gera insegurança jurídica.
Em 2026, podem surgir:

  • critérios mínimos de uso;
  • validação via acordo individual;
  • obrigação de relatórios mensais;
    parâmetros para comprovação de horas extras.

Contribuição sindical facultativa ampliada

Novos debates podem redefinir:

  • modalidades de contribuição;
  • autorização eletrônica;
  • critérios de desconto;
  • validade de assembleias virtuais.

Nada aprovado, mas com forte movimentação nas centrais sindicais.

Maior fiscalização via eSocial

Com a digitalização consolidada, o governo já indicou que pretende:

  • aumentar cruzamentos de dados;
  • ampliar notificações automáticas;
  • revisar pontos sensíveis como adicionais e afastamentos;
  • reforçar a conformidade de folha.

Tudo isso pressiona o DP a manter processos ainda mais padronizados.

4 – Antes e depois da Reforma Trabalhista (comparativo completo)

Para facilitar a visualização das mudanças provocadas pela Reforma Trabalhista, veja abaixo um comparativo claro do antes e depois da Reforma Trabalhista.

TemaComo era antes da Reforma Trabalhista (antes de 2017)Como ficou depois da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017)
Negociação coletivaA lei prevalecia sobre acordos e convenções. Havia pouca flexibilidade para adaptar regras à realidade das empresas.Convenções e acordos coletivos podem prevalecer sobre a lei em diversos pontos, ampliando flexibilidade para adequações internas.
FériasDivisão permitida apenas em 2 períodos, sendo um deles obrigatoriamente de 10 dias.Férias podem ser divididas em até 3 períodos, com regras mais flexíveis para agendamento.
Jornada de trabalho 12×36Só podia ser implementada por convenção coletiva, criando limitações para adoção.Pode ser estabelecida por acordo individual escrito entre empresa e colaborador.
Banco de horasSó podia ser criado por acordo coletivo.Pode ser criado por acordo individual, com compensação em até 6 meses.
Intervalo intrajornadaIntervalo mínimo obrigatório de 1 hora, podendo ser reduzido somente por acordo coletivo.Intervalo pode ser reduzido para 30 minutos via acordo individual.
Trabalho intermitenteNão existia previsão legal. Qualquer vínculo deveria ter jornada contínua.Criado oficialmente. Permite trabalho por convocação, sem continuidade, com pagamento proporcional.
Home office (teletrabalho)Não havia regras claras, gerando insegurança jurídica.Teletrabalho regulamentado, com previsão legal sobre jornada, comunicação e atividades.
Contribuição sindicalPagamento obrigatório, descontado automaticamente da folha.Contribuição se tornou opcional, exigindo autorização prévia do colaborador.
Rescisão contratualHomologação obrigatória no sindicato para contratos com mais de 1 ano.Homologação pode ser feita na própria empresa, sem necessidade de sindicato.
Gestantes e lactantes em insalubridadeProibido trabalhar em ambientes insalubres, independentemente do nível.Houve tentativa de flexibilizar, mas decisão do STF restabeleceu que gestantes devem ser realocadas.
Trabalho parcialMáximo de 25 horas semanais, sem horas extras.Passou a permitir até 30 horas semanais sem horas extras ou 26 horas com até 6 horas extras.
Contribuição previdenciária e encargos no intermitenteNão se aplicava por não existir contrato intermitente.Encargos pagos proporcionalmente a cada período trabalhado.
Processos trabalhistasRegras mais favoráveis ao trabalhador. Não havia pagamento de honorários sucumbenciais em caso de derrota.Maior responsabilidade das partes. Possibilidade de pagamento de custas e honorários em caso de pedidos improcedentes.
Tempo de deslocamento (horas in itinere)Tempo de deslocamento em locais de difícil acesso era considerado como tempo à disposição.Horas in itinere deixaram de existir, reduzindo pagamento adicional.
Representação internaComissão interna de representantes era obrigatória apenas em empresas específicas (como CIPA).Criada a Comissão de Representantes em empresas com mais de 200 colaboradores.
AutônomosContratos de autônomos geravam grande risco de vínculo empregatício.Contratação de autônomos ficou mais clara e com menos risco de reconhecimento de vínculo.

5 – Como manter conformidade com todas essas mudanças

Reunião sobre a Reforma Trabalhista com profissionais e especialista explicando pontos importantes em uma sala de treinamento.

Com tantas atualizações legais, interpretações do STF, políticas internas, decisões de convenções coletivas e integrações necessárias entre RH, DP e eSocial, manter conformidade deixou de ser apenas uma obrigação e se tornou uma estratégia de proteção trabalhista.

A seguir, um passoa a passo prático para manter conformidade de maneira segura e escalável:

1. Atualize contratos e acordos de forma contínua

Revisitar contratos se tornou essencial.
A cada mudança de jornada, modelo híbrido, ajuste salarial ou condição especial, o documento precisa refletir a realidade.
Isso evita divergências, processos e inconsistências no eSocial.

Inclua:

  • políticas de teletrabalho;
  • regras de uso de equipamentos;
  • orientações sobre compensação de horas;
  • regras para trabalho intermitente;
  • acordos individuais válidos pela Reforma.

2. Construa políticas internas claras, acessíveis e padronizadas

As políticas são o coração da conformidade. Elas ajudam gestores e colaboradores a seguir a mesma linha, evitando decisões isoladas e acordos informais.

Políticas recomendadas:

  • jornada e banco de horas;
  • uso de ponto digital;
  • férias e fracionamento;
  • condutas internas;
  • regras para home office;
  • orientações de ergonomia e despesas.

Quando todos têm acesso, as dúvidas diminuem e o risco jurídico cai.

3. Unifique fluxos e elimine controles paralelos

Conformidade exige padronização.
Controles em planilhas, formulários manuais e trocas de mensagens são fontes constantes de erro.

O ideal é centralizar:

  • solicitações de férias;
  • pedidos de abono;
  • registro de ponto;
  • relatórios de jornada;
  • alterações contratuais;
  • comunicação entre gestor e DP.

Automatizar elimina retrabalho e garante histórico completo.

4. Garanta integração entre sistemas de ponta a ponta

Folha, ponto, férias e eSocial precisam conversar.
Quando os dados fluem automaticamente, reduz-se:

  • divergência de registros;
  • cálculos incorretos;
  • atraso em eventos obrigatórios;
  • retrabalho no fechamento da folha.

Essa integração é hoje indispensável para conformidade.

5. Fortaleça a comunicação entre RH, DP e lideranças

Grande parte dos problemas de conformidade vem de falta de alinhamento.
As equipes precisam trabalhar juntas de forma estratégica.

Crie rotinas para:

  • orientar gestores antes de mudanças no time;
  • revisar acordos individuais;
  • validar jornadas especiais;
  • evitar pedidos de última hora;
  • antecipar situações que afetem a folha.

6. Capacite constantemente as equipes

A legislação muda. As interpretações mudam. As rotinas mudam.
A equipe precisa acompanhar.

Invista em:

  • treinamentos periódicos;
  • atualização sobre decisões do STF e TST;
  • comunicação clara quando houver mudanças internas;
  • trilhas de conhecimento para gestores.

7. Utilize software de RH e DP

A digitalização é o caminho mais seguro para manter a conformidade com a Reforma Trabalhista.

Sistemas e softwares modernos de RH e DP possibilitam cálculos, padronizam fluxos e reduzem falhas humanas.

Você ganha previsibilidade, reduz riscos e mantém a gestão de pessoas alinhada às exigências legais.

Mulher profissional analisando documentos e usando laptop em escritório durante discussão sobre Reforma Trabalhista.

Concluindo

É muita coisa, né? A Reforma Trabalhista alterou mais de cem pontos da CLT e, mesmo depois de tantos anos, ainda impacta a rotina de RH e DP todos os dias. 

Por isso, mesmo trazendo aqui os pontos mais importantes, é normal que ainda fiquem dúvidas e que algumas situações específicas precisem de cuidado redobrado.

E é justamente aí que a tecnologia faz diferença.

Quanto mais complexa a legislação fica, mais importante é contar com processos padronizados, cálculos automáticos e registros centralizados para evitar erros, inconsistências no eSocial e retrabalho no fechamento da folha.

Se você quiser entender na prática como a QuarkRH simplifica tudo isso, vale a pena conhecer nossas soluções e ver como elas ajudam o DP a ganhar segurança, previsibilidade e muito mais tranquilidade no dia a dia.

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Foto de Marília Cordeiro

Marília Cordeiro

Jornalista com mais de 10 anos de experiência em marketing e criação de conteúdo para empresas de tecnologia e RH. Gosta de transformar temas complexos em textos leves, estratégicos e que ajudam pessoas.
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