
A segurança no ambiente de trabalho é um dos pilares fundamentais para garantir a integridade e o bem-estar dos colaboradores. No entanto, diversos fatores podem comprometer essa segurança, colocando os trabalhadores em situações de risco que podem resultar em doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e até mesmo fatalidades.
Esses fatores são conhecidos como riscos ocupacionais, e identificá-los e mitigá-los é essencial para a construção de um ambiente organizacional seguro e produtivo.
Os riscos ocupacionais estão presentes em praticamente todos os setores da economia, desde escritórios corporativos até indústrias de alto impacto, como construção civil, hospitais e fábricas. Ignorá-los pode gerar consequências graves tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, que podem sofrer penalidades legais, perda de produtividade e danos à reputação.
Com a evolução das normas de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), cada vez mais se exige das organizações um gerenciamento eficaz desses riscos. Desde janeiro de 2022, a Norma Regulamentadora 01 (NR-01) exige que todos os riscos ocupacionais sejam incluídos no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), tornando ainda mais evidente a necessidade de monitoramento constante e implementação de medidas preventivas.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes o conceito de riscos ocupacionais, seus tipos e impactos, a importância do mapeamento de riscos e as melhores práticas para mitigá-los.
O que são riscos ocupacionais?

Os riscos ocupacionais são todas as condições ou elementos presentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde e a segurança dos trabalhadores. Eles podem estar relacionados a fatores físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou mecânicos, e variam de acordo com o tipo de atividade exercida, a estrutura do ambiente e os equipamentos utilizados.
De acordo com a Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho , um órgão governamental dedicado à pesquisa em segurança e saúde no trabalho, um risco ocupacional é definido como a combinação da probabilidade de ocorrer uma lesão ou agravo à saúde devido à exposição a um agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho, e da severidade dessa lesão ou agravo.
Já o perigo, que muitas vezes é confundido com o risco, refere-se à fonte do risco em si. Por exemplo, um equipamento sem manutenção adequada pode ser considerado um perigo, enquanto o risco está na possibilidade de o trabalhador se ferir devido a essa condição.
A correta identificação e classificação dos riscos ocupacionais são fundamentais para que as empresas possam adotar medidas de prevenção e proteção, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro. O reconhecimento desses riscos permite que os empregadores cumpram a legislação vigente, minimizem acidentes e promovam a qualidade de vida dos seus colaboradores.
Nos tópicos a seguir, abordaremos os diferentes tipos de riscos ocupacionais e como mitigá-los dentro das organizações.
Quais são os tipos de riscos ocupacionais?

Os riscos ocupacionais são classificados em cinco categorias principais:
- Riscos Físicos: Ruído excessivo, calor, frio, radiação, umidade, vibração e pressão anormal.
- Riscos Químicos: Exposição a poeiras, fumos, neblinas, gases e vapores tóxicos.
- Riscos Biológicos: Contato com vírus, bactérias, fungos e protozoários, comuns em hospitais e laboratórios.
- Riscos Ergonômicos: Postura inadequada, levantamento de peso, sobrecarga de trabalho e jornadas extensas.
- Riscos de Acidentes: Falhas em máquinas, instalações elétricas inadequadas, falta de sinalização e espaços desorganizados.
Cada um desses riscos pode comprometer a saúde dos trabalhadores e gerar custos para as empresas, como afastamentos, multas e processos trabalhistas.
Riscos Psicossociais: Um novo foco na saúde mental do trabalhador
Com a publicação da Portaria nº 1.419/2024, os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (FRPRT) passaram a ter papel central no gerenciamento de riscos ocupacionais. Essa atualização da NR 1 reflete uma mudança de paradigma importante: além de proteger o corpo, as empresas agora devem olhar também para a saúde mental dos trabalhadores.
O que são riscos psicossociais?
Os riscos psicossociais estão relacionados a fatores organizacionais, relacionais e emocionais do ambiente de trabalho que podem afetar negativamente a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores. Esses riscos não são visíveis como os agentes químicos ou físicos, mas seus impactos são profundos e muitas vezes silenciosos.
Entre os principais fatores psicossociais, destacam-se:
- Pressão excessiva por resultados
- Carga horária excessiva ou jornadas imprevisíveis
- Assédio moral ou sexual
- Falta de reconhecimento
- Clima organizacional tóxico
- Falta de autonomia ou controle sobre o próprio trabalho
- Exclusão social ou discriminação no ambiente profissional
Esses elementos, quando não gerenciados, podem desencadear doenças como ansiedade, depressão, síndrome de burnout e transtornos do sono, além de aumentar os índices de absenteísmo, afastamentos por doença e rotatividade.
A obrigatoriedade de incluir os riscos psicossociais no PGR
Com a nova redação da NR 1, os riscos psicossociais passam a ser obrigatoriamente considerados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), em conjunto com os demais riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos e ergonômicos). O PGR deve contemplar ações que identifiquem, analisem e proponham medidas de controle para esses fatores.
Além disso, o PGR precisa estar alinhado à NR 17 (Ergonomia), que trata das condições de organização do trabalho. Isso reforça a importância de práticas que promovam equilíbrio entre demanda e capacidade, pausas adequadas, autonomia nas tarefas e um ambiente de respeito mútuo.
Como prevenir e mitigar riscos psicossociais
A gestão dos riscos psicossociais exige uma abordagem integrada, com foco na cultura organizacional e no cuidado com o ser humano. Algumas boas práticas incluem:
- Pesquisas de clima organizacional e avaliações de risco psicossocial
- Promoção de programas de saúde mental e apoio psicológico
- Criação de canais de escuta e acolhimento
- Treinamentos sobre relações saudáveis no ambiente de trabalho
- Gestão humanizada e liderança empática
- Políticas claras contra assédio e discriminação
Incorporar esse olhar mais humano e sistêmico à segurança do trabalho é essencial para construir ambientes mais saudáveis, sustentáveis e produtivos.
A importância de prevenir riscos ocupacionais
A prevenção dos riscos ocupacionais é um dos pilares da gestão de segurança do trabalho, pois visa garantir um ambiente seguro, saudável e produtivo para os colaboradores. Empresas que investem na prevenção reduzem significativamente o número de acidentes, doenças ocupacionais e afastamentos, resultando em benefícios tanto para os funcionários quanto para a organização como um todo.
A proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores é a principal razão para investir na prevenção de riscos ocupacionais. Quando os riscos são devidamente controlados, há uma redução significativa de doenças ocupacionais, lesões e estresse relacionado ao trabalho.
Isso resulta em:
- Maior qualidade de vida no trabalho: Ambientes seguros proporcionam bem-estar físico e emocional, reduzindo a ansiedade e o medo de acidentes.
- Redução de afastamentos e doenças ocupacionais: A diminuição da exposição a agentes nocivos impacta diretamente a frequência de licenças médicas e afastamentos.
- Aumento da produtividade e do engajamento: Funcionários que se sentem protegidos trabalham melhor e se engajam mais nas atividades laborais.
Já as empresas que adotam medidas preventivas também colhem vantagens, como:
- Cumprimento das normas regulamentadoras: A legislação trabalhista exige que as empresas garantam um ambiente seguro para seus funcionários. O não cumprimento pode resultar em multas e sanções.
- Redução de custos operacionais: Acidentes e afastamentos geram custos elevados com indenizações, tratamentos médicos e processos trabalhistas. Prevenir riscos reduz esses gastos.
- Melhoria da imagem corporativa: Empresas que se preocupam com a segurança e saúde de seus colaboradores ganham credibilidade e atraem talentos.
- Aumento da eficiência e produtividade: Ambientes de trabalho seguros resultam em menor rotatividade de funcionários e maior eficiência operacional.
A prevenção dos riscos ocupacionais deve ser uma estratégia contínua, incorporada à cultura organizacional da empresa. Isso inclui treinamentos, uso adequado de EPIs, gestão de ergonomia e implementação de programas de segurança como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
No próximo tópico, exploraremos o conceito e a importância de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
O que é o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)?

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é um conjunto de ações obrigatórias para empresas que visam identificar, avaliar e controlar riscos ocupacionais no ambiente de trabalho. Ele substituiu o antigo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e faz parte das exigências da Norma Regulamentadora NR-01.
Objetivos do PGR
- Identificar os riscos ocupacionais em cada setor da empresa.
- Implementar medidas de controle para minimizar ou eliminar esses riscos.
- Monitorar continuamente o ambiente de trabalho e a exposição dos colaboradores.
- Garantir conformidade com a legislação trabalhista e normas de segurança.
- Promover uma cultura de prevenção dentro da organização.
Estrutura do PGR
Deve conter pelo menos dois documentos principais:
- Inventário de Riscos: Levantamento detalhado dos riscos ocupacionais existentes na empresa.
- Plano de Ação: Estratégias e medidas para mitigar ou eliminar esses riscos.
Benefícios do PGR
- Redução de acidentes e doenças ocupacionais.
- Cumprimento das normas regulamentadoras, evitando multas e sanções.
- Aumento da segurança e produtividade.
- Melhoria na gestão de saúde e segurança do trabalho.
A implementação do PGR deve ser feita por profissionais capacitados, como técnicos e engenheiros de segurança do trabalho, garantindo que todas as exigências sejam cumpridas de forma eficaz.
O que é Mapa de Risco?

O Mapa de Risco é uma ferramenta essencial para a identificação e análise dos riscos ocupacionais dentro de um ambiente de trabalho. Ele consiste em um diagrama que representa, de forma visual e acessível, os diferentes tipos de riscos existentes em cada setor da empresa.
Essa ferramenta é obrigatória em diversas organizações e deve ser elaborada pelos profissionais da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), em conjunto com os trabalhadores. O objetivo é facilitar a compreensão dos perigos presentes no local de trabalho e auxiliar na adoção de medidas preventivas mais eficazes.
Como mapear riscos ocupacionais durante o processo de admissão
O mapeamento de riscos deve começar já no processo de admissão dos colaboradores, garantindo que eles estejam cientes das condições do ambiente de trabalho e preparados para lidar com possíveis ameaças. Algumas estratégias incluem:
Análise da função e do ambiente de trabalho: Avaliar os riscos específicos de cada cargo e setor.
Treinamentos e orientações: Instruir os novos funcionários sobre normas de segurança, uso de EPIs e procedimentos emergenciais.
Exames médicos ocupacionais: Identificar possíveis limitações de saúde e garantir que o trabalhador esteja apto para a função.
Fornecimento de EPIs adequados: Garantir que os colaboradores recebam os equipamentos de proteção adequados desde o primeiro dia de trabalho.
Como as empresas podem mitigar os riscos ocupacionais

A mitigação de riscos ocupacionais é um processo contínuo que exige planejamento, monitoramento e a participação ativa de todos os setores da empresa. O objetivo principal é reduzir ou eliminar os riscos no ambiente de trabalho, garantindo a segurança e a saúde dos colaboradores.
Para alcançar esse objetivo, as empresas devem adotar estratégias eficazes que envolvam medidas preventivas, controle de riscos e promoção de uma cultura organizacional voltada à segurança.
1. Implementação de medidas de controle
As empresas podem mitigar riscos ocupacionais ao aplicar a hierarquia de controle de riscos, que estabelece diferentes níveis de ação para eliminar ou reduzir as ameaças no ambiente de trabalho. Esses níveis incluem:
Eliminação: A forma mais eficaz de mitigação é eliminar a fonte do risco. Isso pode incluir a substituição de um produto químico perigoso por uma alternativa menos tóxica ou a remoção de máquinas obsoletas que representem perigo.
Substituição: Quando a eliminação não é viável, a substituição de processos, materiais ou equipamentos por versões mais seguras é uma alternativa eficiente.
Controles de engenharia: Envolvem mudanças no ambiente de trabalho para reduzir a exposição ao risco, como barreiras físicas, isolamento de máquinas, sistemas de ventilação e redução de ruídos.
Controles administrativos: Incluem treinamentos, sinalizações de segurança, padronização de procedimentos e rodízios de tarefas para minimizar a exposição prolongada a riscos.
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Embora sejam a última linha de defesa, os EPIs são fundamentais para proteger os trabalhadores quando as outras medidas não eliminam completamente o risco. Exemplos incluem luvas, capacetes, óculos de proteção e protetores auriculares.
2. Capacitação e treinamento contínuo
Empresas devem investir em treinamentos regulares que capacitem os funcionários a reconhecerem os riscos e adotarem medidas preventivas. Esses treinamentos podem abordar temas como:
- Uso correto de EPIs e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva);
- Procedimentos de emergência e primeiros socorros;
- Normas regulamentadoras aplicáveis ao setor da empresa;
- Ergonomia e boas práticas para evitar lesões por esforço repetitivo.
3. Monitoramento e auditorias internas
A avaliação contínua dos riscos no ambiente de trabalho é essencial para identificar possíveis falhas e melhorar os processos de segurança. Algumas estratégias incluem:
- Auditorias de segurança: Inspeções regulares para avaliar se as normas de segurança estão sendo cumpridas.
- Monitoramento ambiental: Controle da exposição a agentes nocivos, como ruído, poeira e produtos químicos.
- Investigação de incidentes: Análise detalhada de acidentes ou quase acidentes para identificar causas e prevenir novas ocorrências.
- Feedback dos colaboradores: Criar canais de comunicação para que os trabalhadores relatem situações de risco e sugiram melhorias.
4. Criação de uma cultura de segurança organizacional
A segurança no trabalho deve ser um valor dentro da organização e não apenas uma obrigação legal. Para isso, as empresas devem promover uma cultura organizacional voltada à segurança, envolvendo todos os níveis hierárquicos. Algumas ações para fortalecer essa cultura incluem:
- Envolver a liderança no compromisso com a segurança do trabalho;
- Recompensar boas práticas e incentivar comportamentos seguros;
- Criar comitês internos para discutir melhorias na segurança do trabalho;
- Compartilhar estatísticas e indicadores sobre segurança para engajar os colaboradores.
5. Cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs)
A legislação trabalhista brasileira estabelece diretrizes para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores por meio das Normas Regulamentadoras (NRs). As empresas devem garantir o cumprimento dessas normas para evitar penalidades e, principalmente, para assegurar um ambiente de trabalho seguro.
6. Uso da tecnologia para gestão da segurança
A tecnologia tem se tornado uma aliada poderosa na gestão e mitigação de riscos ocupacionais. Softwares de gestão de pessoas, como o QuarkRH, possuem módulos e ferramentas pensadas para garantir a segurança do trabalhador, principalmente quando se trata da gestão de EPIs.
Ao integrar a tecnologia na gestão de segurança, as empresas tornam seus processos mais eficientes e garantem uma abordagem proativa na mitigação de riscos.
Concluindo
Os riscos ocupacionais representam desafios constantes para as empresas, mas podem ser gerenciados com estratégias eficazes de prevenção e controle. O conhecimento e a implementação de medidas adequadas garantem não apenas a segurança dos trabalhadores, mas também a conformidade legal e a eficiência operacional.
Investir na segurança ocupacional é uma decisão estratégica que traz benefícios para toda a organização!
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