
O uso de medicamentos para saúde mental tem chamado atenção de especialistas e gestores de Recursos Humanos em todo o país. Estudos recentes apontam um crescimento significativo entre jovens da geração Z e também entre adultos em idade produtiva, trazendo novos desafios para empresas que precisam lidar com bem-estar e produtividade no ambiente de trabalho.
Esse aumento revela não apenas a maior busca por diagnósticos e tratamentos, mas também a influência de fatores como insegurança econômica, sobrecarga profissional e mudanças sociais no cenário pós-pandemia. Para o mercado de trabalho, o crescimento no uso de medicamentos para saúde mental reforça a necessidade de repensar práticas de gestão e investir em políticas que priorizem o bem-estar dos colaboradores.
Geração Z lidera o consumo
Segundo levantamento da Vidalink, 28,5% dos profissionais da geração Z, entre 19 e 23 anos, utilizam medicamentos para saúde mental. A faixa etária de 24 a 29 anos aparece logo atrás, com 22,7%. Esses dados evidenciam que a entrada de jovens no mercado de trabalho já acontece sob forte pressão emocional.
Outro estudo, realizado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, reforça a preocupação: brasileiros de 16 a 24 anos estão entre os mais afetados por problemas de saúde mental, o que se reflete diretamente no aumento de diagnósticos e no consumo de tratamentos.
Adultos também enfrentam crescimento no uso
Não são apenas os mais jovens que recorrem aos medicamentos para saúde mental. Um levantamento da Funcional Health Tech mostrou que o uso de antidepressivos cresceu 12,4% entre adultos de 29 a 58 anos. Essa faixa etária, muitas vezes no auge da carreira profissional, enfrenta o peso de responsabilidades familiares e pressões corporativas.
Além disso, os Millennials ainda lideram em números absolutos, segundo dados do Jornal da PUC-SP. Apesar do crescimento mais rápido entre a geração Z, os profissionais nascidos entre 1982 e 1996 continuam sendo os que mais utilizam esses medicamentos, reflexo de sobrecarga no trabalho e desafios da vida adulta.
Impactos no ambiente de trabalho
A expansão do consumo de medicamentos para a saúde mental levanta um alerta para o ambiente corporativo. Especialistas apontam que jornadas extensas, insegurança profissional, automação e até o impacto das redes sociais têm potencializado sintomas como ansiedade e depressão.
Ao mesmo tempo, a maior abertura para discutir o tema ajuda a reduzir estigmas e favorece diagnósticos mais precoces. Essa mudança cultural, embora positiva, expõe a urgência de medidas organizacionais mais sólidas voltadas ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Diferenças entre gerações
Enquanto a geração Z demonstra maior disposição para falar sobre saúde mental e aderir a tratamentos, colaboradores acima dos 59 anos apresentam índices mais baixos de uso de medicamentos, apenas 14,8%. Para especialistas, o tabu ainda presente em gerações mais antigas explica parte dessa diferença.
Mesmo assim, há sinais de mudança: a ampliação do debate feita pelos mais jovens vem impactando também os mais velhos, favorecendo a desmistificação do tratamento.
O papel das empresas
A presença crescente de medicamentos para saúde mental no cotidiano corporativo reforça a importância do apoio institucional. Além de subsídios para tratamentos, empresas precisam oferecer benefícios que incentivam estilos de vida mais saudáveis, como programas de bem-estar, acompanhamento psicológico, incentivo à atividade física e políticas claras de prevenção ao burnout.
A criação de uma cultura organizacional acolhedora pode ser tão importante quanto o acesso a tratamentos médicos. Lideranças tóxicas, sobrecarga e falta de reconhecimento são fatores que ampliam os riscos de adoecimento emocional.
Ação imediata
O avanço do uso de medicamentos para saúde mental entre diferentes gerações aponta para uma realidade que não pode ser ignorada pelas empresas. RH e gestores precisam olhar além dos números: é fundamental estruturar estratégias de cuidado, prevenção e suporte, garantindo que colaboradores encontrem ambientes mais equilibrados e produtivos.
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