Boreout: tédio no trabalho atinge maioria dos jovens

Boreout é o tédio extremo no trabalho que impacta a saúde mental, especialmente entre os jovens profissionais. Saiba como o RH pode identificar, prevenir e combater esse problema silencioso.
Jovem mulher de cabelo longo sentada com braços cruzados em uma sala de espera de escritório, ao lado de cabines com outros funcionários usando computadores pensando em boreout

Enquanto o burnout, caracterizado por esgotamento físico e emocional, ganhou notoriedade nos últimos anos, um novo fenômeno silencioso vem ganhando espaço nas discussões sobre saúde mental no trabalho: o boreout. Trata-se da chamada “síndrome do tédio profissional”, que atinge colaboradores que enfrentam rotinas desinteressantes, tarefas repetitivas e ausência de estímulo intelectual.

Ao contrário do que se pensa, o boreout não é preguiça. É um estado real de desmotivação que, com o tempo, afeta a autoestima, a saúde física e mental, e os resultados das empresas. De acordo com um estudo da Gallup, no Brasil, 7 em cada 10 trabalhadores relatam estar desengajados no trabalho, cenário propício para o avanço dessa síndrome.

Boreout: como o tédio no trabalho afeta a saúde

A síndrome de boreout se manifesta por meio de sinais silenciosos: cansaço constante, falta de concentração, distúrbios do sono, dores físicas e, principalmente, uma sensação de inutilidade. O profissional começa a sentir que seu trabalho não faz diferença, o que leva à apatia, queda de produtividade e, em casos mais graves, ansiedade ou depressão.

Os sintomas se instalam aos poucos, o que dificulta o diagnóstico precoce. A insatisfação contínua pode levar até mesmo ao desejo de desligamento da empresa, o que representa um desafio adicional para o RH: a perda de talentos valiosos.

A geração Z e o boreout: uma combinação explosiva

A Geração Z, mais conectada, imediatista e movida por propósito, tem sido especialmente impactada pela síndrome de boreout. Crescendo em um mundo digital, dinâmico e altamente estimulante, esses jovens profissionais valorizam autonomia, inovação e sentido nas tarefas que executam. Quando inseridos em ambientes corporativos engessados, com pouca liberdade criativa e tarefas repetitivas, tendem a se frustrar rapidamente.

Essa frustração, quando não endereçada, evolui para desmotivação crônica. O que começa como um leve desinteresse pode se transformar em apatia profissional, perda de autoestima e queda de produtividade. Em muitos casos, o colaborador permanece presente fisicamente, mas já se desconectou emocionalmente do trabalho, um terreno fértil para o boreout se instalar silenciosamente.

Por isso, é essencial que o RH desenvolva estratégias específicas para atrair, engajar e reter esse público. Investir em trilhas de desenvolvimento personalizadas, abrir espaço para a inovação e oferecer desafios reais são formas eficazes de manter esses profissionais motivados. A escuta ativa e a construção de um ambiente que valorize o protagonismo individual são passos decisivos para evitar o tédio organizacional e os impactos nocivos do boreout.

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Como o RH pode identificar e combater o boreout?

A atuação do RH é essencial para prevenir e tratar o boreout nas empresas. Algumas estratégias importantes incluem:

  • Mapeamento de clima organizacional: Pesquisas internas ajudam a identificar sinais de desengajamento antes que se tornem casos graves.
  • Planos de carreira e desafios constantes: Profissionais entediados precisam de metas claras, evolução e estímulos para manterem a motivação.
  • Programas de saúde mental e bem-estar: Acesso a psicoterapia, pausas estratégicas e atividades de lazer impactam positivamente na prevenção.
  • Comunicação ativa e feedbacks regulares: Colaboradores precisam de espaço para falar sobre suas dores e dificuldades sem medo de julgamento.

Mais do que isso, o RH deve construir uma cultura que valorize o equilíbrio e reconheça que o tédio também tem custo, e que esse custo pode ser alto.

Diferenças entre boreout e burnout

Apesar dos nomes semelhantes, boreout e burnout têm causas opostas. Enquanto o burnout é provocado por excesso de trabalho, o boreout surge da escassez: poucas tarefas, ausência de significado ou desafio.

Ambas as síndromes, no entanto, têm consequências semelhantes: queda de produtividade, problemas emocionais e afastamentos. E ambas demandam atenção estratégica por parte das lideranças e dos times de Recursos Humanos.

Prevenção começa com cultura organizacional

Evitar o boreout exige uma revisão da cultura interna. Empresas que valorizam o diálogo, o reconhecimento e o desenvolvimento profissional tendem a ter colaboradores mais engajados.

Criar ambientes mais humanos, onde cada profissional compreenda seu papel e sinta-se parte de algo maior, é um passo fundamental. O RH, como guardião da cultura, deve liderar esse processo com empatia e visão estratégica.

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Eduarda Soares

Bacharelanda em Comunicação Social - Audiovisual na UFRN. Atuo nas áreas de Marketing Digital, Cinema e redação focada em SEO.
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