Trade-off: 67% dos talentos priorizam empregabilidade

Entenda como o trade-off vem moldando decisões de carreira: empregabilidade, bem-estar e flexibilidade agora pesam mais que salário ou local de trabalho.
Homem de pele negra, sorridente, vestindo jaqueta laranja e mochila, no armazém com empilhadeiras ao fundo, simbolizando segurança e logística trade-off

Em um cenário de incertezas econômicas e escassez de talentos, profissionais estão reavaliando suas prioridades e fazendo escolhas estratégicas sobre o que valorizam no trabalho. A palavra da vez é trade-off: a disposição de abrir mão de certos benefícios imediatos em nome da empregabilidade, da saúde mental e da autonomia.

Uma pesquisa recente, com mais de 5.000 trabalhadores ao redor do mundo, revelou mudanças profundas no que motiva a permanência em um cargo. Ao invés de simplesmente buscar altos salários ou modelos de trabalho remotos, os profissionais agora ponderam o valor do desenvolvimento contínuo, do equilíbrio emocional e da autonomia sobre o próprio tempo.

Trade-off entre empregabilidade e flexibilidade

A principal mudança observada foi a priorização da empregabilidade frente a benefícios que antes eram vistos como essenciais.

Segundo o estudo Workmonitor Pulse, realizado pela Randstad com mais de 5.000 profissionais em sete países, 67% dos entrevistados preferem investir em sua relevância profissional por meio de qualificação e atualização constante, do que manter o trabalho remoto. Esse trade-off representa uma mudança estratégica: manter-se empregável tornou-se mais importante do que onde ou como se trabalha.

Ao mesmo tempo, 59% dos profissionais afirmaram que aceitariam um cargo menos empolgante desde que ele favoreça seu crescimento a longo prazo. Isso mostra que o trade-off entre propósito e estabilidade vem se intensificando nas decisões de carreira.

Trade-off e saúde mental: menos estresse, mesmo com menos salário

Outro ponto de destaque é o crescente número de profissionais que optam por reduzir o estresse mesmo que isso implique menor remuneração. Globalmente, 60% dos entrevistados afirmaram que aceitariam uma função menos estressante em troca de um salário menor, e 40% já tomaram essa decisão na prática.

Esse tipo de trade-off demonstra que bem-estar e saúde mental estão ganhando status de prioridade. Entre os jovens da geração Z, essa tendência é ainda mais acentuada: 44% afirmaram já ter trocado um cargo mais exigente por outro mais leve, mesmo com uma perda salarial.

Trade-off pelo controle do tempo de trabalho

Quando se fala em flexibilidade, o trade-off mais valorizado pelos talentos é a autonomia sobre o tempo, mais do que o local de trabalho. Para 56% dos entrevistados, ter liberdade para definir seus horários é mais importante do que poder trabalhar de casa. Além disso, 59% aceitariam ganhar menos se isso significasse ter mais controle sobre a própria rotina.

Essa preferência pelo “controle do relógio” reforça a necessidade de as empresas repensarem seus modelos de gestão. O trade-off entre rigidez e liberdade está diretamente ligado à atração e retenção de talentos.

Trade-off em tempos de retorno ao escritório

Com o retorno obrigatório aos escritórios ganhando força, muitos profissionais já consideram novos trade-offs. Metade dos entrevistados disse que aceitaria um salário menor ou abriria mão de promoções para evitar o retorno integral ao modelo presencial. Por outro lado, se o retorno for obrigatório, os talentos esperam contrapartidas claras: mais salário, mais dias de folga e maior autonomia.

Essa lógica de trade-off evidencia que lealdade não é automática. Profissionais querem condições justas e alinhadas às suas necessidades e estão dispostos a negociar.

Empresas precisam entender o novo trade-off do talento

Os dados mostram que entender os motivadores individuais dos colaboradores é essencial. Quando há um trade-off percebido como justo, as chances de retenção aumentam. Por isso, as empresas devem investir em estratégias que equilibrem seus objetivos de negócio com as novas demandas do capital humano.

Empregabilidade, autonomia, bem-estar e propósito são os pilares que guiam as decisões de carreira em 2025. Ao se posicionar com sensibilidade frente a esses trade-offs, as organizações não apenas retêm talentos, mas constroem ambientes mais resilientes, produtivos e alinhados ao futuro do trabalho.

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Eduarda Soares

Bacharelanda em Comunicação Social - Audiovisual na UFRN. Atuo nas áreas de Marketing Digital, Cinema e redação focada em SEO.
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